A pressão arterial baixa, também chamada de hipotensão arterial, acontece quando os valores medidos ficam abaixo do que é considerado saudável para o bom funcionamento do organismo. Embora, em muitas pessoas, não provoque problemas, em outras pode causar sintomas incómodos ou até situações de risco, como desmaios. Mas afinal, quando a pressão baixa é perigosa? Quais são os sintomas e como tratar? Neste artigo vamos explicar de forma clara e prática tudo o que precisa de saber, com dicas do dia a dia, exemplos e informações baseadas em fontes de saúde reconhecidas.
O que é pressão arterial baixa?
A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias ao ser bombeado pelo coração. Quando esses valores ficam abaixo do habitual, falamos em hipotensão. Isto pode significar que os órgãos e tecidos não estão a receber oxigénio suficiente, provocando sintomas como tonturas ou desmaios.
Valores de referência da pressão arterial
De forma geral, considera-se pressão arterial baixa quando os valores estão abaixo de:
Classificação | Sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) |
---|---|---|
Pressão arterial normal | 120 | 80 |
Hipotensão | < 90 | < 60 |
Pré-hipertensão | 120–139 | 80–89 |
Hipertensão | ≥ 140 | ≥ 90 |
Estes valores são referências da Sociedade Europeia de Cardiologia e da OMS. No entanto, cada pessoa deve ser avaliada individualmente por um profissional de saúde.
Diferença entre pressão baixa e hipertensão
A hipotensão corresponde a valores baixos de pressão arterial. Já a hipertensão é o oposto: quando a pressão está constantemente elevada (acima de 140/90 mmHg). Ambas as condições merecem atenção, mas por razões diferentes: a hipertensão aumenta o risco de AVC e doenças cardíacas, enquanto a hipotensão pode causar desmaios e quedas súbitas.
Causas da pressão arterial baixa
A hipotensão pode ter diferentes origens, desde situações passageiras até doenças mais sérias. Entender o que causa a pressão baixa ajuda a lidar melhor com os sintomas e a procurar ajuda médica quando necessário.
Fatores ocasionais (desidratação, calor, jejum)
É comum a pressão cair temporariamente devido a:
- Desidratação: falta de líquidos no corpo reduz o volume sanguíneo.
- Exposição ao calor: altas temperaturas provocam dilatação dos vasos sanguíneos.
- Jejum prolongado: ausência de nutrientes e energia suficiente pode baixar a pressão.
Doenças associadas (problemas cardíacos, endócrinos)
Em alguns casos, a pressão baixa está ligada a condições médicas, como:
- Problemas cardíacos (insuficiência cardíaca, arritmias).
- Distúrbios endócrinos (hipotiroidismo, insuficiência adrenal).
- Alterações neurológicas ou efeitos de medicamentos (antidepressivos, diuréticos).
Pressão baixa em idosos, grávidas e atletas
Idosos podem ter maior risco de quedas e fraturas devido à hipotensão postural (queda de pressão ao levantar-se). Já em grávidas, a pressão pode baixar naturalmente no primeiro e segundo trimestres devido às alterações hormonais e ao aumento do volume sanguíneo. Em atletas, é comum encontrar valores naturalmente mais baixos sem que isso seja sinal de doença, já que a prática regular de exercício fortalece o coração e melhora a circulação.
Sintomas mais comuns da pressão arterial baixa
Nem sempre a pressão baixa causa sintomas. Mas quando causa, estes são os sinais mais relatados:
- Tonturas e sensação de fraqueza.
- Visão turva ou escurecimento momentâneo da visão.
- Desmaios em casos de queda brusca.
- Fadiga persistente e sonolência.
- Dificuldade de concentração e sensação de cabeça “leve”.
Como tratar a pressão arterial baixa
O tratamento depende da causa e da intensidade dos sintomas. Em muitos casos, pequenas medidas já ajudam a estabilizar a pressão.
Primeiros socorros em caso de pressão baixa
- Deitar-se de costas com as pernas ligeiramente elevadas.
- Afrouxar roupas apertadas para facilitar a circulação.
- Beber água ou soluções de reidratação.
- Evitar levantar-se de forma brusca.
- Se houver perda de consciência, procurar assistência médica imediata.
Hábitos e alimentação para prevenir episódios
Algumas mudanças de rotina podem reduzir os episódios de pressão baixa:
- Manter hidratação adequada ao longo do dia.
- Fracionar as refeições em porções menores e mais frequentes.
- Consumir alimentos que ajudam a subir a pressão, como azeitonas, queijos curados e caldos salgados (sempre com moderação).
- Praticar exercício físico regular para melhorar a circulação.
- Evitar ficar longos períodos de pé em ambientes quentes.
Quando procurar atendimento médico
É importante procurar um profissional de saúde se a pressão baixa for recorrente, estiver associada a desmaios, dor no peito, palpitações ou sintomas de doenças crónicas. Nestes casos, pode ser necessário um tratamento específico, incluindo medicamentos. Hipotensão persistente pode, a longo prazo, comprometer a oxigenação de órgãos vitais.
Cuide da sua saúde monitorando a pressão arterial
A pressão arterial baixa pode ser apenas uma característica do organismo ou sinal de algo mais sério. Monitorizar os valores, adotar hábitos saudáveis e procurar orientação médica quando necessário são passos essenciais para garantir bem-estar e segurança. Lembre-se: cuidar da sua pressão é cuidar da sua qualidade de vida.
Informações baseadas em OMS, Sociedade Portuguesa de Cardiologia e Ministério da Saúde.